08 novembro 2008

Herança Nazista

Bom, este post será um complemento do anterior, onde me esqueci de colocar algumas questões.

O messianismo político contemporâneo é, principalmente, uma herança nazista, cujos métodos de propaganda são utilizados até os dias atuais. E esse tipo de messianismo é um tanto quanto invertido do anterior: antes de Hitler, o governante era, antes de qualquer coisa, um representante de Deus na Terra, sendo seu cargo político uma consequência disso. Com o líder nazista a ordem se inverte: Hitler é, antes de tudo, o chefe, o führer, o pai do povo alemão, o governante da nação e, em consequência, torna-se um iluminado pela providência divina, o salvador.

Em outras palavras, Hitler é muito mais uma imagem construída pela propaganda nazista, uma personificação de todo o contexto europeu e, principalmente, alemão da época (porque é idiotice pensar que foi ele quem instaurou o anti semitismo e o desejo de conquistar território na cabeça das pessoas... essas idéias já estavam lá). Hitler era um bosta. Baixinho, fraco fisicamente, feio, afeminado... O que ele tinha em seu favor era o discurso. A mente por detrás era Joseph Goebbels, Ministro da Propaganda. Foi Goebbels, em minha concepção, quem construiu a imagem de Hitler, quem catalisou as idéias do povo europeu e transformou em atos e ideologia - propagada pela propaganda. Hitler, de forma geral, foi uma marionete do processo, que tinha o grande poder da persuasão através da oratória.

É importante que eu diga, antes que me coloquem como defensora de Hitler: é óbvio que ele não era inocente, que ele compartilhava das idéias nazistas, que ele acreditava realmente nisso, e que tinha toda a consciência do mundo em respeito ao que estava acontecendo e ao que ele estava fazendo. O que eu quero dizer é que ele não era o cérebro por trás da operação nazista como um todo - atribuo essa posição a Goebbels, principalmente. Mas essa é uma posição pessoal em relação a essa questão.

Em suma: a estrutura política, como a conhecemos hoje, é uma herança nazista. É um espetáculo, como coloca Schwartzenberg, feito de imagens, de propagandas e de governantes-messias, que irão nos salvar, trazer a paz, a estabilidade economica, e tudo o mais. Exatamente como o povo alemão via Adolf Hitler.

O DVD O Triunfo da Vontade traz inúmeras propagandas e discursos nazistas e, ao assisti-lo, vocês verão as inúmeras semelhanças com a propaganda política atual. Leiam também O Estado Espetáculo, de Roger-Gérard Schwartzenberg, que mostra perfeitamente como, hoje em dia, política e propaganda se tornaram íntimas.



Aline Silva
e a pseudo-ética política não assume sua ligação direta com o nazismo

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