Subversão ao Platonismo, movimentos, intensidades, imanência, diferença, rasgar o caos, máquina de combate. Com esses e muitos outros adjetivos podemos caracterizar a vida e a Filosofia do francês Gilles Deleuze.
Um pensador que resgata à Spinoza, à Nietzsche e outros pensadores que traçaram um plano imanente, nos confins da realidade (da Terra e não de um mundo além). Parafraseando o próprio Deleuze, “filosofar é potencializar o caos da imanência”. Não fazer uma filosofia de regras, ordinal (função da ciência). Ele não quis padrões de pensamento e sim a criação conceitual, que caracteriza a idiossincrasia de determinado filósofo.
Nota-se nos “platôs” deleuzianos a leveza de um pensar, ele não se prende a territórios e sim faz os conceitos dançarem nos diversos solos do plano imanente. Corpo sem órgãos, Rostidade, Esquizoanálise, Platôs, Devires-animais, Ritornelos, Rizomas... São apenas um ínfima parte de tudo aquilo que ganha vida na metástase filosófica proposta.
A Filosofia não é uma análise, como diria em Wittgenstein, nem pode se tornar uma ciência. “A raça invocada pela Filosofia não é a que pretende ser pura, mas uma raça oprimida, bastarda, anárquica, nômade, irremediavelmente menor” ou em outras palavras “A Filosofia se equilibra na linha entre o pensar e o não pensar” com isso pode-se dizer que “o pensamento está mais próximo de um animal que morre do que de qualquer homem vivo”.
Em Deleuze nota-se a desconstrução, a quebra axiológica: de Deus, do eu (que foi rachado após a morte de Deus), do sujeito do conhecimento (não existe um epicentro e sim o rizoma que é “A-centrado”), da razão (por isso podemos dizer que ele é o filósofo sem raízes fixas), da generalidade (o ser existe em sua singularidade), da ortodoxia da psicanálise (a crítica ao reducionismo Freudiano), dos mecanismos estatais e da sociedade de controle capitalista... Enfim existem em Deleuze conceitos que se entrecruzam e “tiram do chão” aquele que a experimenta.
Por isso leia Deleuze não de uma forma acadêmica e sim infiel, onde a partir da potencialização de pensamento praticada por este, você possa impulsionar-se para a vontade de potência, e reconceituando Raul “Antes de seguir o livro que o guru lhe deu, você tem que escrever o seu...”
FELIPE CAMARGO
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